domingo, 28 de dezembro de 2008
Pra quê tantas palavras bonitas?
Tão cheias de adornos?
Por que esse desejo-verso em demasia?
Versos que se moldam em meus contornos
Qual será o motivo desse feitiço recitado?
Versos, palavras e letras cheias de más intenções
Enganando minha razão, mergulhando-me em superstições
Figuras estáticas que, contraditoriamente, movem meus sonhos
Soando dos meus olhos num tom afinado
Perdidas no tempo, confundindo meus passos
E assim permaneço absorta em um mundo imaginário
Presa a versos cheios de vontade
Movidos por verdades surreais de liberdade
Que transformam meus pensamentos – no contrário
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Conhecer pessoas novas parece interessante
Gente de perto, da cidade próxima ou bem distante
Bom mesmo é a surpresa da descoberta
Encontrar uma mente brilhante numa “pessoa incerta”
(Risos)
E pra mim não basta falar por falar, conhecer por conhecer,
Como se fosse só mais um dado na lista de contatos
O que meus olhos buscam e minha mente deseja ter
É a amizade de uma “pessoa incerta”, mas de conteúdo “exato”
Dedico essa poesia a Jaum, "pessoa incerta", mas de bom coração... rsrsrs ---- riminha de criança né?
Meus ombros estão pesados e meu lábio calado
Distraio com o vento, olho o vazio ao lado
O som do tempo parece estranho, um ensaio
Ensaio de uma vida-orquestra sem maestro
As estações são incertas, desespero confesso
Já não existe pôr-do-sol, pelo menos já não o vejo
E é com o nascer do sol o início do pesadelo
Embora o ar doce ainda invada meus alvéolos, em
desespero confesso,
Ainda existem fantasmas, medos, figuras saídas do espelho
Alucinações que perturbam meu sono com desmazelo
E eu que tropeço em palavras, clamando inspiração na madrugada
Só quero alguns versos, umas frases inventadas
Epifania de um desejo negado por deuses traiçoeiros
Faz minha vida ao avesso, fraqueza dos meus versos
Desespero confesso.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
E como corta o cabelo
Odeio como dirigi o meu carro
E odeio seu desmazelo
Odeio suas enormes botas de combate
E como consegue ler minha mente
Eu odeio tanto isso em você
Que até me sinto doente
Odeio como está sempre certo
E odeio quando você mente
Odeio quando me faz rir muito
Ainda mais quando me faz chorar...
Odeio quando não está por perto
E o fato de não me ligar
Mas eu odeio principalmente
Não conseguir te odiar
Nem um pouco
Nem mesmo por um segundo
Nem mesmo só por te odiar"
terça-feira, 7 de outubro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
não me perguntes o que tu és pra mim
porque já não sei dizer
como posso saber?
tu sabes muito de mim
mas o que eu sei de ti?
não sei o que acontece a tua volta
tua vida é uma icógnita
suas atitudes me confudem
engana meu mundo,
cansado de ilusão nos meus olhos fundos
E o silêncio?
Não sei mais,
nem sei se quero descobrir certas coisas
nem sei se quero ouvir certas coisas
nem sei se quero ser poesia
nem sei o que tem valia
não sei de mais nada
estou errada?
Estou aqui sentada, calada, sozinha
Lembro dos tempos daquelas rimas
De uma voz bem distante me dizendo poesias
Ainda sinto o cheiro do lírio lírico
Das loucuras de um efêmero destino
Tempos doces demais,
Que talvez não voltem jamais
Porque o lírio fechou suas pétalas
Enjoou do doce, adormeceu a rima
Dissipou as poesias
Ah que saudade daquelas liras!
sábado, 27 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Não queria lhe perguntar o que houve...
Ou o porquê de sua ausência
Detesto dramas desnecessários, prefiro os choros necessários...
Mas não irei insistir na sua presença
Imagina... eu, pobre amiga
nem deveria...
Mas se for de valia, recolherei minha poesia
e farei o tempo do esquecimento
apagarei a memória
e o que nasceu aqui dentro
no mais, sou palavras ao vento
domingo, 21 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
A morte acomete a sorte
Minha vitalidade já não é forte
O sopro da vida ela engole
O tempo esparrama sua fúria
Seu tic-tac é uma angústia
Definha, adormece, enlouquece
Um ar sopra o peito apertado
Comprimindo a esperança, amargurado
Contam-se os instantes para o esperado
A cor já não é negra, é cinza
Virou pó, para as lavas, farinha
Continuação do ciclo da vida
...
uma gota, o medo, o fardo
o peso, a medida, a dor
tristeza desmedida de inócuo sabor
o corpo cansado, mente anestesiada
sorriso sugado por uma enseada
a vida correndo sem sentir nada
minto, eu sinto
um sentir do gosto de absinto
sem ser deusa nem Diana
o gosto amargoso da chama
os trapos, os farrapos espalhados no quarto
o escuro detrás da porta me ameaça em volta
transborda um maniqueísmo entre o espelho e a porta
dualismo do reflexo com a hora
a imagem, pouca luz, pouca fala
o abstrato do meu tato indaga
o valor intrínseco da moral n'alma
só a lágrima que afaga minhas mágoas
Dizem da mulata e seu bumbum saliente
Sonham com seu gingado e seu olhar envolvente
Pescam seu sorriso, invadem seus sonhos
Descobrem seus pontos fracos, deixando-a mole no canto
Bebem do seu encanto, adentram em seus planos
E fazem as malas.
A mulata é mais que cor, forma e calor
A mulata é mulher.
Ela tem amor.
E eu venho escrevendo em um pergaminho
Com minhas letras rudimentares e primitivas
Tenho feito da minha mente um laboratório
Onde os meus neurônios, impacientes, se digladiam
Por vezes, são inimigos, conciliados são poemas
Assim percorro vales mentais desconhecidos
Apegando-me aos menores resquícios de frases e versos
Vasculho meu cérebro na busca de novas sementes
Escondo debaixo do tapete a ignorância impertinente
Ondas racionais em consonância com o menor delírio
A cada dia assassino um raciocínio em arrogância
Pois minha discreta inteligência traz-me desconfiança
Na incerteza no que minha percepção atesta
Num ponto de vista que caprichoso, me cega
Nos conflitos infinitos causados por uma idéia
Nem os meus sonhos estão livres das palavras
Mesmo quando durmo minhas engrenagens estão empenhadas
E quando consigo compasso de raciocínio acelerado
Dou-me ao luxo de fazer brincadeiras com rimas
Descuidada, imprecisa, fazendo-as nem pobres nem ricas
E no fundo de um poço pesco desobediência
Quebro regras, xingo a forma e a métrica dos versos
Sem pagar nada, apelo para o serviço da licença poética
Arranho letras, monto pensamentos como quebra-cabeças
No final, já não me preocupo com as peças que faltam.
Encarrego o tempo, aliado, para esse achado.
Te vi na realidade imprópria
Reinada pelos deuses da discórdia
Inimigos do coração
Destruidores da paixão
Levaram vc p/ longe de mim
Distante do meu corpo sem memória de ti
Só sei que te vi
Sem poder, sem querer sentir
Esse sentimento devastador
Causador da minha dor
E por agora, dispenso as lágrimas
Engulo o choro, acorrento as magoas.
Permita-me leitor um questionamento,
Dúvida produzida pelo sofrimento
Por que sentimos medo?
Participamos de um esdrúxulo enredo
Ensaiado no palco da vida
Somos protagonistas dessa sina
Fantoches do destino tirano
Fantasiando ser humano
Somos personagens da Divina Comédia
Um pouco filhos de Dante, uma idéia
Mas por que sentimos medo?
Se somos enredo?
Escravos do destino e do tempo?
A mercê dos deuses e seus temperamentos?
Não preocupar-nos-íamos com os contra-tempos
Porque somos idéia, poesia, comédia
Interpretar é nossa moléstia!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Defina amor
Defina amor, fui questionada,
Respondi: não existe palavra, verso ou poesia que defina
Sinta e saiba do que é capaz
Perceba os sintomas casuais
Pensar na pessoa todos os dias
Desejar sua companhia
Sonhar com olhos abertos ou fechados
Fazer planos para estar ao seu lado
Preocupar-se.
Dedicar-se.
Não existe: Eu amo... e sim eu AMO!
Se não for assim, é puro engano!
Para o amor não existe barreiras
Fronteiras
Cordilheiras
Muros ou muralhas
Para o amor existe a coragem
Vontade
Viagem
Determinação
Luta.
E muita loucura!
A carta
Papel, tinta e palavras
Precisava escrever-te uma carta
Para falar
Dos meus sentimentos
Do meu silêncio
Da minha solidão
Por aqui, surgem-me falsos amores
Que me causam dissabores
E eu insistindo em seu nome
Desejo a sua presença
Cultivando a minha inocência
Criando-me experiência no amor
Talvez esta seja a última carta
As últimas palavras
Vindas da minha consciência alucinada.
Talvez eu te ame só por hoje
E por anos esconda minhas dores
Só pra que eu me sinta livre.
Quero agora esquecer-te.
Deixe-me.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Mãe África
Senhora das savanas
Protetora das tribos africanas
Amiga das pretas de secas mamas
Mãe que agüenta todos os sofrimentos
Vê seus filhos sem pão ao relento
Heroína vencida dos desertos
Seu povo clama pela fonte da vida
Imploram por correntezas sem ira
Ventos frescos para acalentar as feridas
Esperam que a mãe não seja madrasta
Apenas desejam uma realidade menos drástica
Vencer a agonia e a fome que pirraça
Liberta-se do castigo da desgraça
Da fome que ameaça.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Carnavais
Amores de outros carnavais
Despertam vendavais,
Meu caro...
É só jogar alguns festins
E gastar um pouco do seu latim...
Abusar do seu gingado
Sem muito sapateado
Basta querer seduzir
Deixar uma bela frase fluir
Escolher uma fantasia
Vestir mil cores em alegria
E os amores de outros carnavais
Terão ares atuais!
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Qual o limite da maldade?
O extermínio da bondade?
Que frialdade!
Um Fritzl frívolo
Com se rosto demoníaco
Mente perversa de maníaco
Alma feita de podridão
E de Deus não merece perdão
Que Deus seu compadeça de Elisabeth
Dando-lhe a tranqüilidade que merece
E que o homem cumpra seu papel
Faça valer as leis da terra e céu
Na justiça contra o mal
Calabouço ao Fritzl, o bestial!
domingo, 31 de agosto de 2008
Ah, meu amigo
Estou perdida
Já não sei o que fazer da vida
Estou viciada nas suas músicas rimas
Que soam de sua lira
O que tu fizeste com meu coração?
Parece tentação!
Ponho-me a sofrer
E temer...
Por que não posso te ter?
Vivo afogada em ilusão
Em palavras que vêm e vão
E não me trazem você
O que posso fazer?!
Penso que estou louca
Minha mente está rouca
De tanto gritar seu nome
E você não aparece, sua lembrança some
Deve ser dos deuses maldição
Amor impossível, desilusão
Sai de dentro de mim!
Isso precisa ter um fim?
Não sei se quero...
O que espero...
O que me prende a você
Pra mim o melhor é morrer...
sábado, 30 de agosto de 2008
Abra os olhos.
Fique bem acordado.
Atravessei o continente
Pra estar ao seu lado
Segure a minha mão
Acolha-me em seus braços
Pode me ver então?
Tu me sentes ou não?
Meu olhar te cheira
Te acaricia...
Teus lábios me contam poesia
Ao pé do ouvido
Eu fico boba, rindo...
Teu olhar fita o meu
Meu corpo junto ao seu
Lábios de sentimento
Sonho perfeito.
Um punhado de palavras
Entre doces e salgadas
Com amor acrescento mel
Mas se não houver cuidado
E colocar ingrediente errado
Amarga como fel
Mexo para dar liga
Coloco parênteses e vírgulas
Experimento pra ver se tem rima
Coloco um tempero pra ver se anima
Pouco a pouco adiciono o sal
Misturo tudo com as mãos
Sinto que gosto não é nada mal
Mas ainda faltam os pontos de grãos
A receita é um inventário de ambrosia
É gosto de letras em harmonia
Cheirem, salivem e sintam!
Saboreiem a poesia!
Um retrocesso sucedeu
E quase ninguém percebeu
Todos fazem pouco caso
Lançam a vida ao descaso
A fome não tem mais vez
Vítima do descuido, insensatez
Lá vem um pobre, um miserável
Diante de muitos mais um ser contável
Que vira dado pra estatística
Principalmente pra política
Complexo irritante dos despreocupados
Vivem a vida, descompensados.
Estou com o pé na estrada
Minha sorte é fatigada
Meu caminho é contramão
Jogo-me no tempo da escuridão
Sou um triste peregrino
Procurando um destino
Mesmo que eu acabe num abismo
Talvez assim seja o fim do suplício
Que me lança em precipício
Eu só quero a salvação
Fugir dos demônios que vem e vão
Sou mais uma vida de retirante
A caminhar pra terra distante
Apostando na sorte malvada
Na esperança de um nada,
Mórbida ilusão...
Causa-me angústia, indignação
Um pulo impreciso.
Um último risco.
É sofreguidão,
Suspiro vencido,
A maldição!
Como viver de poesia
Desfrutar dessa magia
E um novo mundo criar
E poder se realizar?
Como enfrentar a própria sorte
Resistindo sempre forte
À essa realidade maquiada
Onde a arte é escorraçada
Vivendo um morre ou não morre?
Ser poeta exige coragem
Pra carregar pesada bagagem
De desespero na incompreensão
Do mundo que te nega valorização.
Lá em casa tem uma janela,
Dá vista pro mar,
Não canso de olhar
Os ventos que vem de lá
Aquela brisa serena
Com gosto de sol molhado
Torno-me tão pequena
Diante desse imenso interminável
Na minha porta tem areia
Fofinha pra eu sentar
De lá eu vejo as ondas
E conto as estrelas do mar
Muitas formam fileiras
Deitam na praia inteira
Para areia enfeitar
Dou alguns passos, chego ao mar
Sinto a água meus pés molhar
E o vento me acaricia suave a me dengar
Meu corpo cede, o mar me envolve
Sou cria para ninar
Sou filha tua, Iemanjá.
Sua amiga discreta
Encantou-se por ti
Foi por um instante...
Foi por um instante...
A lembrança que não durou
Mas parece existir
E persistir
E perseguir
Foi por um instante um carinho tão sincero
Um futuro tão incerto
Necessidade inconstante
De um momento
Um instante...
Foi por um instante....
Amizade iniciante
Num espaço tão distante
Foi poeta que ficou
Meu amigo escritor
Amizade teve cor
No passado que chorou
Por não mais te ter
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Que perturba minha calmaria
Você pode achar minha mente vazia
Mas tenha certeza que meu coração é imensidão
Calor, sentimento e paixão
Cheio de amor que não pode ser
Mas o que posso fazer?
Entregar-me ao amor cheio de nuança?
Feito de distância?
Com pitadas de desconfianças?
Enxergo muito mais que dois palmos a frente do nariz
Reconheço os erros que fiz
Eu só não quero mais sofrer
Sonhar com o que não pode acontecer
Vou deixar tudo por conta do esquecimento
Tentarei buscar em outras paisagens novos momentos
Vou apagar a lembrança que existiu
Juntarei os pedaços do coração que se partiu
E nunca mais sonharei amores perfeitos
Irei acostumar-me com os defeitos
Eu disse: Não sou princesa!
Ele respondeu: Mas é uma bela realeza!
Eu: quem é você pra entender de beleza?
Sapo: Donzela, quanta gentileza...
Eu, irritada: Você me causa náusea!
Sapo: Você é jóia rara!
Desisto e beijo o sapo.
Deu tudo errado.
Descobri a beleza do danado
O sapo é um príncipe de outra dimensão
Que escreve versos por diversão
domingo, 24 de agosto de 2008
Um cálice de sangue
O assoalho velho que range...
Perturbando o degustar do desespero
O beber do líquido vermelho
Que revela a alma por inteiro
É como ver seu passado no espelho
Adentrando os próprios mistérios
A descobrir milhares de infernos
Da consciência que te mente
Num camuflar impertinente
Um labirinto de ilusão
O gosto do sangue é podridão!
domingo, 17 de agosto de 2008
Loucura inexorável
Psicanálise desconfiável
Dentro de todos existe sanidade
De certo também insanidade
Verdade de doido
É ser normal
Humano pecado descomunal
Verdade de doido
É ser diferente
Falar realidade pra muita gente
Verdade de doido
É ser feliz
Viver no intento de aprendiz
Verdade de doido
É ser engraçado
Falar demais, entusiasmado
Verdade de doido
É ser real
Viver no mundo em vendaval.
Tico-teco desparafusado
Faz um barulho muito engraçado
No início não dá pra entender
É um tic-tac de ensurdecer
O barulho espanta o tempo
O tempo corre o dia inteiro
É o ponteiro rodando apressado
É a vida acontecendo pra todo lado
De segundos passam-se os minutos
É assim o tempo em todo mundo
De minutos passam-se as horas
A vida vivendo sem demora
É contagem progressiva
Tic-tac em toda esquina
É o destino com o pé na estrada
Corre o tempo
Passa a vida
O tempo corre
A vida viaja
Tico-teco desesperado
Tic-tac desconcertado.
Depois da tormenta vem a calmaria.
Sabe por quê?
Porque para toda tempestade existe um dia ensolarado,
Sempre o escuro vira luz e a noite se faz dia
Sempre existirá a chance de recomeçar
Sempre existirá alguém para amar
Depois do parto, vem a vida
Depois do cansaço, vem o sono
Após a dor, o alívio
Após um erro, a lição
Após a dúvida, a decisão
Após a necessidade, a gratidão
Após o rancor, vem o coração
Para a maldade, vem a união
Para toda morte, vem o descanso
Para todo sofrimento, existe a fé
E depois do impossível, há esperança...
Se Deus quiser!
Infância
Acordo com florir da aurora
Corro pra varanda sem demora
O vento me refresca
Um invisível misterioso
O quente do sol meu rosto cora
Não vejo o tempo, não existe hora
Brinco entre flores e borboletas
Sinto o cheiro de tantas belezas!!!
Manifesto amor pela natureza
Corro na grama de pés descalços
Sentindo o chão passo a passo
Nesse momento a infância me abraça
Dura o infinito o tempo não passa
Faço um pedido, o tempo pára
Desejo atendido, sorte rara!
Eu, aprendiz
Com toda ousadia do mundo
Não tenho técnica, não sigo regras
Minha poesia é de beleza incerta
Talvez seja um pouco brega
Não tenho escola literária
Pra minha poesia arbitrária
Só tenho caneta e papel
Rabisco e rabisco
Num escrever ao léu
Minha poesia é ensaio
Um tipo de escapismo
Sem nenhum lirismo
Disfarço e me esvaio
É meu pensamento que escreve
Porque meu cérebro ferve
Em idéias que não tem fim
Que não cabem em mim!