quinta-feira, 6 de novembro de 2008


Confissão


Meus ombros estão pesados e meu lábio calado
Distraio com o vento, olho o vazio ao lado
O som do tempo parece estranho, um ensaio
Ensaio de uma vida-orquestra sem maestro
As estações são incertas, desespero confesso
Já não existe pôr-do-sol, pelo menos já não o vejo
E é com o nascer do sol o início do pesadelo
Embora o ar doce ainda invada meus alvéolos, em
desespero confesso,
Ainda existem fantasmas, medos, figuras saídas do espelho
Alucinações que perturbam meu sono com desmazelo
E eu que tropeço em palavras, clamando inspiração na madrugada
Só quero alguns versos, umas frases inventadas
Epifania de um desejo negado por deuses traiçoeiros
Faz minha vida ao avesso, fraqueza dos meus versos
Desespero confesso.

Nenhum comentário: