domingo, 28 de setembro de 2008
não me perguntes o que tu és pra mim
porque já não sei dizer
como posso saber?
tu sabes muito de mim
mas o que eu sei de ti?
não sei o que acontece a tua volta
tua vida é uma icógnita
suas atitudes me confudem
engana meu mundo,
cansado de ilusão nos meus olhos fundos
E o silêncio?
Não sei mais,
nem sei se quero descobrir certas coisas
nem sei se quero ouvir certas coisas
nem sei se quero ser poesia
nem sei o que tem valia
não sei de mais nada
estou errada?
Estou aqui sentada, calada, sozinha
Lembro dos tempos daquelas rimas
De uma voz bem distante me dizendo poesias
Ainda sinto o cheiro do lírio lírico
Das loucuras de um efêmero destino
Tempos doces demais,
Que talvez não voltem jamais
Porque o lírio fechou suas pétalas
Enjoou do doce, adormeceu a rima
Dissipou as poesias
Ah que saudade daquelas liras!
sábado, 27 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Não queria lhe perguntar o que houve...
Ou o porquê de sua ausência
Detesto dramas desnecessários, prefiro os choros necessários...
Mas não irei insistir na sua presença
Imagina... eu, pobre amiga
nem deveria...
Mas se for de valia, recolherei minha poesia
e farei o tempo do esquecimento
apagarei a memória
e o que nasceu aqui dentro
no mais, sou palavras ao vento
domingo, 21 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
A morte acomete a sorte
Minha vitalidade já não é forte
O sopro da vida ela engole
O tempo esparrama sua fúria
Seu tic-tac é uma angústia
Definha, adormece, enlouquece
Um ar sopra o peito apertado
Comprimindo a esperança, amargurado
Contam-se os instantes para o esperado
A cor já não é negra, é cinza
Virou pó, para as lavas, farinha
Continuação do ciclo da vida
...
uma gota, o medo, o fardo
o peso, a medida, a dor
tristeza desmedida de inócuo sabor
o corpo cansado, mente anestesiada
sorriso sugado por uma enseada
a vida correndo sem sentir nada
minto, eu sinto
um sentir do gosto de absinto
sem ser deusa nem Diana
o gosto amargoso da chama
os trapos, os farrapos espalhados no quarto
o escuro detrás da porta me ameaça em volta
transborda um maniqueísmo entre o espelho e a porta
dualismo do reflexo com a hora
a imagem, pouca luz, pouca fala
o abstrato do meu tato indaga
o valor intrínseco da moral n'alma
só a lágrima que afaga minhas mágoas
Dizem da mulata e seu bumbum saliente
Sonham com seu gingado e seu olhar envolvente
Pescam seu sorriso, invadem seus sonhos
Descobrem seus pontos fracos, deixando-a mole no canto
Bebem do seu encanto, adentram em seus planos
E fazem as malas.
A mulata é mais que cor, forma e calor
A mulata é mulher.
Ela tem amor.
E eu venho escrevendo em um pergaminho
Com minhas letras rudimentares e primitivas
Tenho feito da minha mente um laboratório
Onde os meus neurônios, impacientes, se digladiam
Por vezes, são inimigos, conciliados são poemas
Assim percorro vales mentais desconhecidos
Apegando-me aos menores resquícios de frases e versos
Vasculho meu cérebro na busca de novas sementes
Escondo debaixo do tapete a ignorância impertinente
Ondas racionais em consonância com o menor delírio
A cada dia assassino um raciocínio em arrogância
Pois minha discreta inteligência traz-me desconfiança
Na incerteza no que minha percepção atesta
Num ponto de vista que caprichoso, me cega
Nos conflitos infinitos causados por uma idéia
Nem os meus sonhos estão livres das palavras
Mesmo quando durmo minhas engrenagens estão empenhadas
E quando consigo compasso de raciocínio acelerado
Dou-me ao luxo de fazer brincadeiras com rimas
Descuidada, imprecisa, fazendo-as nem pobres nem ricas
E no fundo de um poço pesco desobediência
Quebro regras, xingo a forma e a métrica dos versos
Sem pagar nada, apelo para o serviço da licença poética
Arranho letras, monto pensamentos como quebra-cabeças
No final, já não me preocupo com as peças que faltam.
Encarrego o tempo, aliado, para esse achado.
Te vi na realidade imprópria
Reinada pelos deuses da discórdia
Inimigos do coração
Destruidores da paixão
Levaram vc p/ longe de mim
Distante do meu corpo sem memória de ti
Só sei que te vi
Sem poder, sem querer sentir
Esse sentimento devastador
Causador da minha dor
E por agora, dispenso as lágrimas
Engulo o choro, acorrento as magoas.
Permita-me leitor um questionamento,
Dúvida produzida pelo sofrimento
Por que sentimos medo?
Participamos de um esdrúxulo enredo
Ensaiado no palco da vida
Somos protagonistas dessa sina
Fantoches do destino tirano
Fantasiando ser humano
Somos personagens da Divina Comédia
Um pouco filhos de Dante, uma idéia
Mas por que sentimos medo?
Se somos enredo?
Escravos do destino e do tempo?
A mercê dos deuses e seus temperamentos?
Não preocupar-nos-íamos com os contra-tempos
Porque somos idéia, poesia, comédia
Interpretar é nossa moléstia!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Defina amor
Defina amor, fui questionada,
Respondi: não existe palavra, verso ou poesia que defina
Sinta e saiba do que é capaz
Perceba os sintomas casuais
Pensar na pessoa todos os dias
Desejar sua companhia
Sonhar com olhos abertos ou fechados
Fazer planos para estar ao seu lado
Preocupar-se.
Dedicar-se.
Não existe: Eu amo... e sim eu AMO!
Se não for assim, é puro engano!
Para o amor não existe barreiras
Fronteiras
Cordilheiras
Muros ou muralhas
Para o amor existe a coragem
Vontade
Viagem
Determinação
Luta.
E muita loucura!
A carta
Papel, tinta e palavras
Precisava escrever-te uma carta
Para falar
Dos meus sentimentos
Do meu silêncio
Da minha solidão
Por aqui, surgem-me falsos amores
Que me causam dissabores
E eu insistindo em seu nome
Desejo a sua presença
Cultivando a minha inocência
Criando-me experiência no amor
Talvez esta seja a última carta
As últimas palavras
Vindas da minha consciência alucinada.
Talvez eu te ame só por hoje
E por anos esconda minhas dores
Só pra que eu me sinta livre.
Quero agora esquecer-te.
Deixe-me.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Mãe África
Senhora das savanas
Protetora das tribos africanas
Amiga das pretas de secas mamas
Mãe que agüenta todos os sofrimentos
Vê seus filhos sem pão ao relento
Heroína vencida dos desertos
Seu povo clama pela fonte da vida
Imploram por correntezas sem ira
Ventos frescos para acalentar as feridas
Esperam que a mãe não seja madrasta
Apenas desejam uma realidade menos drástica
Vencer a agonia e a fome que pirraça
Liberta-se do castigo da desgraça
Da fome que ameaça.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Carnavais
Amores de outros carnavais
Despertam vendavais,
Meu caro...
É só jogar alguns festins
E gastar um pouco do seu latim...
Abusar do seu gingado
Sem muito sapateado
Basta querer seduzir
Deixar uma bela frase fluir
Escolher uma fantasia
Vestir mil cores em alegria
E os amores de outros carnavais
Terão ares atuais!
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Qual o limite da maldade?
O extermínio da bondade?
Que frialdade!
Um Fritzl frívolo
Com se rosto demoníaco
Mente perversa de maníaco
Alma feita de podridão
E de Deus não merece perdão
Que Deus seu compadeça de Elisabeth
Dando-lhe a tranqüilidade que merece
E que o homem cumpra seu papel
Faça valer as leis da terra e céu
Na justiça contra o mal
Calabouço ao Fritzl, o bestial!